Análise do espaço com base nos conceitos de Hertzberger


O funcionalismo foi o primeiro desafio encontrado. Ao nos depararmos com aquele corredor estranhamente largo, surpreendentemente agradável e ignorado pela maior parte dos que se dirigiam para o refeitório, pensamos primeiro em objetos conhecidos que complementariam o ambiente. Até substituirmos cadeiras por blocos móveis, foi um longo caminho. A verdade é que a funcionalidade dos objetos os torna demasiadamente rígidos e, para fugir dessa rigidez, geralmente, se apela para a flexibilidade – o que pode tornar o lugar sem identidade, como um objeto multifuncional (objetos esses que desempenham muitas funções, mas nenhuma com excelência).

Definir o espaço como público ou privado, de permanência ou de passagem – tudo isso foi muito complicado. Afinal, é um corredor. Mas um corredor largo, fresco, próximo ao refeitório. Vimos potencial ali, um potencial que ia da semi-permanência à permanência. É um espaço para o coletivo, mas poderia ser bom para atividades individuais. Queríamos gerar um envolvimento das pessoas com o cômodo.

Algumas características do lugar dificultaram nossos projetos. E quando paramos de tratá-las simplesmente como obstáculos e passamos a enxergá-las como exploráveis, nosso olhar mudou. E um pé direito alto, resultou numa ocupação suspensa, um lugar de descanso. Uma largura incomum para um corredor, tornou possível que organizássemos os blocos dessa maneira. Blocos “escaláveis”, “sentáveis”, para apoio.

          Ao sair do refeitório, após o almoço, alguém pode subir até a rede e tirar um cochilo. Antes do jantar, um grupo de pessoas pode organizar os blocos para se sentarem juntos. É um espaço que propicia uma certa privacidade, que te convida e incentiva a interação.

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